Sindicatos do fisco querem imposto sobre especulação financeira

Os sindicatos dos trabalhadores do Fisco da União Europeia criticam que "a fraude está-se a tornar um desporto europeu".

Os representantes dos trabalhadores das administrações fiscais da União Europeia, que estão reunidos esta semana em Lisboa no seu 45.º congresso, aprovaram uma resolução em que exigem à Comissão Europeia que crie um imposto de 0,5% sobre as transacções financeiras, "para que os responsáveis pela crise financeira paguem a sua parte" e para ajudar a aliviar os orçamentos nacionais.

"Aprovámos uma resolução em que se exige à Comissão Europeia a apresentação de medidas como um novo imposto sobre a especulação financeira. Não é possível que estejamos todos a passar uma crise por causa da especulação financeira e que se teime, que a Europa teime, que Portugal teime, que Espanha teime e que todos os países da Europa teimem, em não avançar para um imposto de natureza europeia que afecte e faça pagar a crise a quem a provocou", explicou Marcelo Castro, do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos.

O responsável lembrou ainda que um dos pontos mais destacados pelos representantes dos diversos sindicatos é a falta de pessoal e as suas consequências, em especial no aumento da fraude e da evasão fiscal.

"A fraude está-se a tornar um desporto europeu. Verificamos que existe um esvaziamento das administrações fiscais por toda a Europa, inclusive a portuguesa, em que a redução dramática de quadros e a redução dramática no investimento nos funcionários tem levado a que a fraude possa estar a atingir neste momento níveis exorbitantes e níveis dramáticos para toda a Europa", adiantou Marcelo Castro.

A UFE (Union of Finance Personel), que representa cerca de 400 mil funcionários da máquina fiscal na União Europeia, defende na sua resolução que a redução de pessoal pode colocar em causa os orçamentos nacionais, o que acrescido à falta de investimento no pessoal também pode diminuir a eficiência no combate à fraude, e ainda que é necessário melhorar a cooperação entre administrações.

Os sindicatos consideram também que as amnistias fiscais são contraproducentes, pois enviam uma mensagem errada aos contribuintes que cumprem com as suas obrigações e que não trazem receitas adicionais.

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FONTE: ECONÓMICO
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