Ministro das Finanças afasta aumento do salário mínimo

A subida do salário mínimo para 500 euros está em causa após Teixeira dos Santos ter recomendado contenção salarial no sector privado.

Um dia depois de apresentar um pacote de medidas de "último arraso" - assim o definiu José Sócrates - o ministro das Finanças veio ontem afirmar que considera "difícil" o sector privado aumentar os ordenados dos seus trabalhadores, incluindo o salário mínimo.

"Face às medidas que nós tomámos no âmbito da Administração Pública, creio que isso justifica um clima e uma orientação de grande estabilidade salarial neste domínio, portanto contenção salarial", disse Teixeira dos Santos. "Na minha perspectiva, vejo difícil que se justifiquem aumentos de salários no sector privado, face àquilo que está a ser feito no sector público", acrescentou no final de uma reunião dos ministros das Finanças da zona euro, quando questionado sobre se seria realista aumentar o salário mínimo.

É que, desde 2006, existe um acordo entre os parceiros sociais e o Governo que prevê o aumento gradual do salário mínimo. E o objectivo era, no próximo ano, que o valor atingisse os 500 euros.

Mas perante as dúvidas de Teixeira dos Santos - e depois de medidas duras que implicam, entre outros esforços, o corte de salários dos funcionários públicos e o aumento do IVA para 23% - as centrais sindicais já prometeram um reforço da luta nas ruas. Por enquanto, nada garante que a austeridade anunciada passe no Parlamento, já que o Governo não tem a maioria dos deputados. Mas a pressão internacional para aprovar cortes radicais e o facto de o PSD ter suspendido o discurso do chumbo ao Orçamento, tornam provável que a estratégia para cortar o défice chegue ao terreno.

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FONTE: ECONÓMICO
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